sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Moda é Arte que é Fé que é Arquitetura que é ...

O fato é que talvez o cubista Mondrian que pintou seu célebre quadro em cores primárias, azul, amarelo e vermelho, fortemente inspirado pela filosofia teosófica, que se baseia na explicação matemática e racional para a existência do Universo e portanto, avesso completamente a tudo que lembrasse a realidade visual preconcebida da realidade como formas humanas entre outras coisas, estivesse muitas vezes revoltado do além túmulo pelo desfecho que seu trabalho tomou como estandarte da banalização do grafismo pelo grafismo.


 A arte de Mondrian buscava a profundidade das sombras de uma realidade mais concreta em um mundo onde o simbólico beirava ao misticismo caricato.A abstração foi o recurso terminal para o golpe de misericórdia em uma sociedade piegas no início do século XX na Europa do pré-guerra, perdulária e hedonista.


 Em meados dos anos 50,outro gênio,agora na moda, Yves Saint Laurent,pressente que a sociedade caminha para escolhas que despertem sentimentos mais profundos e menos comprometidos com o "status quo " da euforia do pós guerra. Surge o vestido Mondrian inspirado no famoso quadro do artista, e que ainda hoje é exaustivamente copiado inclusive como exercício de aula para despertar criatividade nos mais jovens. A arquitetura chegou ao máximo da similitude com a obra do artista em um prédio de uma Capela que projeta nas paredes, piso e teto,através da luz refletida pela claridade do sol nos panos de vidro lembrando as cores de mondrian em quadros assimetricos como um caleidoscópio vivo.


 A própria propaganda abusou da utilização de recursos inicialmente artísticos para fins puramente comerciais e o próprio design editou várias vezes bolsas e acessórios a exemplo da coleção de 1930 da marca Hermès no estilo do famoso quadro. Bom, pelo que se vê parece que novamente cá estamos em um momento de mudanças importantes que atravesaram o final do século passado como uma flecha no século XI.


 A comunicação integrada nos conecta ao que o inconsciente coletivo levaria décadas ou séculos para religar.Aqui ou acolá pipocam referências que transitam multidiciplarmente segmentos jamais imaginados e até a Ciência e a Fé parecem estar virando parceiras. Mondrian estava certo quando fez da crença de que as transformações são sempre internas,base da doutrina Teosófica,o gatilho para criar um olhar para o mundo enxergar a sua forma de ver a realidade pelas suas quatro bisnagas de tinta óleo.


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